Consciência Waak

Ontem foi o dia da consciência negra, dia em que nos deparamos o quanto a nossa origem tem a ensinar. Sou negro, recebo doses de preconceitos diariamente e tento me defender da maneira mais tranquila, ignorando. Sim, esse é meu escudo para tanta ignorância que nos cerca a cada dia. 

Fico triste quando um apresentador de TV dos jornais mais esperado do dia, no qual traz um resumo dos acontecimentos na política, se rebaixa a uma ignorância. Não é meu ídolo, longe disso, mas em alguns aspectos recebia suas críticas da política com bons olhos, mas depois do seu vídeo preconceituoso vazar na internet, percebi o quanto ele é inferior a nós. É só mais um cara com terno bacana e palavras  bem ajustadas, nada demais. 

A consciência precisa partir dessas pessoas que se acham superiores, que não conseguem pensar por um segundo o quanto sua frase de 5 palavras insulta 50% da população brasileira (Segundo o IBGE, os negros representam 53,6% da população brasileira).

Nós negros não precisamos de bajulação e elogios, ninguém está implorando por atenção, queremos que nos deixem em paz. 

O preconceito existe porque ele é lembrado!

Novinha?!

Uma recente adjetivação das mulheres se chama novinha, um termo que tem carregado junto a sua interpretação um tom machista, colocando as mulheres como produto dos homens. Sem contar o rotulo sexual que ele aplica as que realmente são menores de idade, e merecem nosso respeito e o melhor da nossa educação.

Caiu no dito popular, está na música e nos filmes, mas o meu propósito é alertar a sociedade e excluir de vez esse adjetivo do nosso cotidiano. Meninas de 13 anos sendo chamadas de novinha e virando símbolo sexual, aonde vamos parar? Ninguém percebe que isso é um combustível para o estupro, exploração sexual de menores e prostituição. Esses fatores colocam à mulher abaixo do homem, as pessoas falam novinhas e ninguém reclama. De acordo com a UNICEF 250 mil crianças e adolescentes são vítimas de exploração sexual, um mercado que movimenta 9 bilhões de dólares no mundo. Isso é fruto do que achamos bonito na TV, mas que na rua de nossas casas acontecem e ninguém percebe.

A partir de hoje relutem, peçam para que as chamem pelo nome, que valorizem sua imagem, não aceite que chamem de novinha, sua filha, seja quem for, relutem. Hoje é um apelido, amanhã passam a mão, semana que vem querem o seu corpo, e o final você já sabe, cai na estatística da UNICEF.

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